Pela segunda semana seguida, as instituições monitoradas pelo Banco Central mantiveram a projeção de Selic em 15% ao ano para o fim de 2025. A sinalização reforça que o ciclo de juros altos deve se prolongar enquanto a inflação e o cenário internacional seguem pressionados.
Por que a Selic se mantém elevada?
A estabilidade da previsão em 15% reflete cautela do mercado com a trajetória de preços e com o ambiente global. O Boletim Focus representa a mediana das projeções de mais de 100 instituições financeiras e, segundo os economistas consultados, dois fatores sustentam a visão de juros altos:
- Inflação persistente: o IPCA projetado permanece em 4,55% para 2025. Mesmo com a estabilidade recente, os economistas destacam pressões de alimentos e combustíveis, o que justifica uma política monetária mais restritiva.
- Cenário internacional desafiador: incertezas sobre juros nos Estados Unidos e tensões geopolíticas aumentam a volatilidade. Manter a Selic elevada ajuda a preservar o fluxo de capital estrangeiro e a defender o câmbio.
Impacto direto na economia
Uma Selic de dois dígitos altera decisões de consumo, investimento e poupança. Entenda os principais reflexos das projeções do Focus:
- Crédito mais caro: financiamentos e empréstimos seguem com taxas elevadas, dificultando o acesso de famílias e empresas ao capital e desestimulando investimentos produtivos.
- Renda fixa mais atrativa: títulos públicos e CDBs tendem a oferecer retornos robustos, o que leva investidores a priorizarem aplicações conservadoras.
- PIB moderado: a expectativa de crescimento econômico para 2025 deve permanecer contida, já que juros altos reduzem o ritmo da atividade.
Especialistas apontam que um eventual alívio na Selic dependerá da convergência da inflação para a meta e de sinais mais firmes de estabilidade global. Até lá, empresas e consumidores precisam calibrar o orçamento e priorizar planejamento financeiro para enfrentar o período prolongado de crédito caro.