O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) registrou uma aceleração na terceira quadrissemana de novembro, com uma alta de 0,23%. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) alcançou 3,98%, sinalizando que as pressões sobre os preços persistem, embora em um ritmo que se mantém dentro das projeções mais amplas.

Gráfico de alta financeira representando inflação
Inflação acelera na semana, mas setor de vestuário ajuda a conter avanço maior.

O Que Puxou a Alta?

Apesar do aumento na taxa semanal, a variação de 0,23% mostra um arrefecimento em relação ao índice de 0,30% observado no período anterior. A principal pressão altista para o índice veio de grupos essenciais, com destaque para a elevação de preços no setor de Alimentação e Saúde e Cuidados Pessoais.

  • Alimentação: Segue como um dos grupos de maior peso, impactando diretamente o orçamento familiar com a alta de produtos básicos.
  • Transporte: O setor também contribuiu com a variação positiva, refletindo os ajustes nos preços dos combustíveis e passagens.

O Fator "Vestuário" e o Alívio

A notícia positiva que contribuiu para frear uma aceleração maior do IPC-S veio do grupo Vestuário, que registrou um decréscimo na taxa de variação. Isso significa que os preços de roupas e acessórios caíram ou tiveram aumentos significativamente menores que em períodos anteriores.

Essa desaceleração no setor de Vestuário é um fator importante, pois, ao lado de outros grupos de menor peso, ajudou a compensar a alta observada em itens de maior impacto.

O que esperar da Inflação?

A trajetória do IPC-S é um indicador de curto prazo importante para entender a dinâmica de preços no dia a dia do consumidor. A persistência em núcleos de inflação como Alimentação mantém o sinal de alerta, mas o alívio em grupos como Vestuário sugere que o cenário inflacionário não é homogêneo.

Para o Banco Central (BC), que tem a meta de inflação como foco principal, esses dados reforçam a cautela. O mercado espera que a taxa Selic seja mantida estável na próxima reunião do COPOM, esperando por sinais mais claros de desinflação sustentada antes de considerar o início de um ciclo de cortes nos juros.