A procura por crédito ganhou força em 2025. Dados do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) indicam crescimento de 10% entre setembro de 2024 e setembro de 2025, refletindo maior confiança de consumidores e, principalmente, de grandes companhias interessadas em financiar expansão e reestruturação.

O levantamento mostra que setembro interrompeu a queda vista em agosto e abriu um novo ciclo de alta. Na comparação mês a mês, a demanda subiu 3,8%, mostrando que o mercado volta a reagir com a proximidade do último trimestre, período historicamente mais aquecido para o crédito corporativo e para o consumo.

Setor financeiro puxa a fila

As instituições financeiras lideraram o movimento, com avanço de 52% nas solicitações de crédito em relação a setembro de 2024. O resultado indica maior apetite do segmento por operações de funding, capital de giro e produtos estruturados, além de refletir a retomada da confiança na qualidade da carteira de clientes.

Segundo analistas consultados, o ciclo de queda dos juros básicos e a perspectiva de inflação controlada têm incentivado bancos e fintechs a ampliar limites e simplificar ofertas, o que alimenta o indicador de demanda.

Grandes empresas reativam projetos

Companhias com faturamento superior a R$ 300 milhões aumentaram a busca por crédito em 18% no período de 12 meses. Para os especialistas, a retomada é explicada por três fatores principais:

  • Reestruturação operacional: ajustes em cadeias produtivas e logística exigem capital para reposicionar estoques e renegociar contratos.
  • Investimentos em tecnologia: digitalização e automação seguem entre as prioridades para ganhar competitividade.
  • Preparação para o quarto trimestre: varejo e indústria consomem mais crédito para financiar campanhas de fim de ano e reforçar capital de giro.

Perspectivas para 2025

A Neurotech avalia que o mercado entrou em trajetória de retomada sustentada. Mesmo com o custo do crédito ainda elevado em algumas linhas, a leitura é de que empresas e consumidores voltam a enxergar espaço para contratar novas operações.

No curto prazo, a consultoria espera aceleração adicional da demanda com a Black Friday e as festas de fim de ano. Já para 2026, a sustentabilidade dessa expansão dependerá do ritmo de redução dos juros e da evolução dos indicadores de inadimplência.

Especialistas recomendam cautela: mesmo com o ambiente mais favorável, é essencial comparar taxas, prazos e garantias antes de fechar novos contratos, especialmente para negócios intensivos em capital.